Cadê o meu amor?
Já não a vejo em meus sonhos
Já não a sinto perto em meus dedos
Porque se foi?
Fugistes de mim por quais motivos?
Já não dança nos compôs das flores que criei
Ou anda sobre as águas do rio que chorei
Deixe ao menos o teu perfume amor meu
Eu que a te dediquei todos os meus poucos sorrisos
Que pensei um mundo nosso, inocente, puro
Onde a fumaça seria apenas de lareiras e cigarros
Onde nos aqueceríamos do frio egoísmo capitalista
Mas teríamos capital para conhecer um mundo
Em livros e filmes que tomaríamos emprestados
Aos tantos amigos que faríamos juntos
Mas por que fostes embora sem dar adeus?
Se meu coração hoje ainda bate apenas por saudades tuas
Saudades dos poemas que tu despertavas em mim
E de minhas mãos um universo de versos sem rimas
Mas tudo era pouco quando pensava em ti
Tua luz, teu medo, tua dor e teu amor
Qual deles era mais meu?
Do que valia minha poesia
Se teus encantos não me pertenciam?
Talvez para deixar-te um pouco menos “infeliz”?
Pois na tua tristeza eu me enxergava
E nos teus gestos de prazer me realizava
Tal uma criança numa loja de brinquedos
Divertíamos-nos e subvertíamos nossos legados
Que historia foi a nossa?
Uma comedia onde foi o bobo engraçado?
Uma tragédia onde eu sou o personagem que morre
Só para deixar a lição de vida
Como auto-ajuda para outros?
Um filme de ação onde sou o bandido e tu a heroína?
Ou uma fabula onde sou o ogro que te salva do dragão
Mas te ver partir com o príncipe bonitão?...”Rs”
O que foram nossos curtos dias e longas noites?
Tivestes para mim tantas formas e tantos nomes
Tantas cores e tantos endereços
Era minha deusa, minha musa e minha religião
Meu argumento e minha contradição
A verdadeira paixão prolixa e consistente
A direção exata para um eu que se perdia
A redenção para os pecados que viria a cometer
Era minha alegria e minha preocupação
E fostes sem nada dizer para mim
Sem poemas recados ou cartas
Fico apenas eu a pensar
- Onde esta você?
(“Se não aqui dentro de mim”...)
Jurandir Bozo, meu amigo querido ao ver uma foto minha, traduziu com perfeita exatidão o que quis expor sobre o fim do que eu amava. Obrigada querido!
terça-feira, 28 de abril de 2009
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